Robustez do emprego e freio na inflação contribuem para alta da confiança do consumidor
A confiança do consumidor avançou em julho, impulsionada pela robustez do mercado de trabalho e inflação em desaceleração. Enquanto os bens duráveis apresentaram um aumento significativo nas expectativas de compra, outras áreas demonstraram cautela em relação ao futuro econômico.
Índice de Confiança do Consumidor (ICC) voltou a crescer em julho, subindo 0,8 ponto, alcançando 86,7 pontos, após recuo em junho.
A robustez do mercado de trabalho e a inflação em desaceleração são os principais fatores para esse avanço.
Subitens do ICC:
- Índice de Situação Atual (ISA): cresceu 0,5 ponto, para 83,4 pontos.
- Situação econômica local atual: aumento de 0,7 ponto, para 94,3 pontos.
- Situação financeira atual da família: subiu 0,3 ponto, para 72,8 pontos.
No Índice de Expectativas (IE), houve avanços e recuos:
- IE Geral: avançou 0,7 ponto, para 89,4 pontos.
- Compras previstas de bens duráveis: alta de 10,8 pontos, para 86,9 pontos.
- Situação econômica local futura: recuou 2,4 pontos, para 100,5 pontos.
- Situação financeira futura da família: caiu 6,2 pontos, para 82,4 pontos.
A economista Anna Carolina Gouveia ressalta a surpresa com o aumento de bens duráveis, dado o patamar elevado da Selic (15% ao ano). Ela avisa que a melhora do ICC pode ser gradativa devido aos juros altos.
A confiança aumentou principalmente nas faixas de renda de até R$ 2.100,00 (alta de 7,4 pontos, para 81,7 pontos) e acima de R$ 9.600,01 (alta de 0,5 ponto, para 92,9 pontos).
Gouveia observou que as tarifas anunciadas pelos EUA, válidas a partir de 1º de agosto, ainda não mostram efeitos claros na confiança do consumidor. Ela acredita que a preocupação maior é com questões internas, como juros e endividamento.