'Robinson Crusoé gay': a trágica história real do marinheiro deixado em uma ilha para morrer
A história de Leendert Hasenbosch, um marinheiro holandês abandonado por ser homossexual, revela os horrores da perseguição histórica à comunidade LGBTQIA+. Seu diário, descoberto séculos depois, destaca as consequências trágicas das leis de sodomia e a luta contínua por visibilidade e direitos.
64 países ainda criminalizam relações entre pessoas do mesmo sexo, com punições que vão de prisão à pena de morte, segundo a ILGA.
No século 18, o caso de Leendert Hasenbosch se destaca: abandonado em uma ilha deserta por ser acusado de sodomia, ele escreveu um diário que foi redescoberto por historiadores.
Em 1725, Hasenbosch foi deixado na Ilha de Ascensão, a 1.540 km da África, após sua condenação. O diário dele reflete suas experiências de solidão e desespero.
Encontrado por marinheiros britânicos em 1726, o diário foi publicado, mas sua identidade foi ocultada. Essa publicação denunciava e restringia seus direitos como um "exemplo a ser seguido".
Hasenbosch, que nasceu em 1695, serviu na Companhia Holandesa das Índias Orientais, sendo abandonado após ser acusado de sodomia. Em condições precárias, ele tentava sobreviver consumindo carne de tartaruga, sangue e urina.
Após dois séculos de silêncio, historiadores como Michiel Koolbergen e Alex Ritsema restauraram sua história, mostrando as injustiças enfrentadas por pessoas LGBTQIA+ ao longo dos séculos.
Hoje, o legado de Hasenbosch faz ecoar a luta contra a perseguição que ainda existe. Historicamente, em momentos de crise, a comunidade LGBTQIA+ é vista como bode expiatório.
A diretora executiva da ILGA alerta que, apesar das tentativas de invisibilização, "nós sempre estivemos aqui".