Riscos regulatórios são maior barreira para investimentos em transição energética, aponta pesquisa
Investidores brasileiros demonstram crescente interesse em ativos de transição energética, mas enfrentam obstáculos devido a incertezas regulatórias. Pesquisa da KPMG destaca que apenas 26% estão totalmente aptos a evitar investimentos em combustíveis fósseis.
Investimentos brasileiros em transição energética em 2024 movimentam entre US$ 10 milhões e US$ 1 bilhão, segundo pesquisa da consultoria KPMG.
O estudo global, “Perspectivas de Investimento na Transição Energética: 2025 em diante”, indica que 36% dos executivos veem riscos regulatórios e políticos como a maior barreira para investimentos. Temem mudanças abruptas que afetem planos de longo prazo.
Incertezas sobre tecnologias (28%) e volatilidade do mercado (26%) também são preocupações.
A pesquisa ouviu 1,4 mil executivos do Brasil e de 36 países, incluindo Estados Unidos, China e Arábia Saudita.
Nelmara Arbex, sócia-líder de ESG da KPMG, destaca que a necessidade de regulações estáveis é uma preocupação global. Investimentos em energia demandam um cenário seguro para evitar perdas.
Arbex afirma que sem informações claras, investidores têm dificuldade em decidir onde investir. Quase 60% acreditam que precificação de carbono e subsídios são cruciais para incentivar a transição.
Nos últimos dois anos, os investidores brasileiros focaram em:
- 64% em eficiência energética;
- 52% em armazenamento de energia;
- 50% em transporte;
- 40% em energias renováveis.
Ainda assim, os combustíveis fósseis permanecem predominantes: apenas 26% dos investidores no Brasil não alocam recursos em energia fóssil.
Embora os combustíveis fósseis percam espaço nas próximas duas décadas, eles são essenciais na transição para uma nova matriz energética. Arbex observa um aumento de investidores focados em fontes alternativas, sugerindo um futuro otimista.
“Ter 26% de investidores que evitam energia fóssil mostra uma mudança significativa, refletindo a busca por opções mais baratas e independentes”, conclui Arbex.