Riscos ESG ainda são subestimados pelas lideranças, alertam especialistas

Com a crescente importância da sustentabilidade, especialistas indicam que as empresas devem adotar uma nova mentalidade de gestão, focada em longa duração, ética e liderança responsável.

No painel “ESG em Debate”, realizado pela Fundação Instituto de Administração (FIA), especialistas identificaram a baixa maturidade da liderança como um obstáculo significativo para a implementação de práticas ESG nas empresas brasileiras.

Carlos Takahashi, da BlackRock, ressaltou que muitos CEOs não percebem que lidam com novos tipos de riscos e que a confusão entre risco e oportunidade é comum. Ele enfatizou a necessidade de uma visão de longo prazo para conectar ações atuais à sustentabilidade futura.

A especialista Vanessa Pinsky alertou que muitos riscos socioambientais não estão nos mapas estratégicos das empresas, caracterizando uma “cegueira ética”. Ela afirmou que a gestão de riscos é essencial para uma agenda de negócios responsáveis.

Os painelistas destacaram a importância de alinhar visão estratégica com responsabilidade ética e a precificação adequada das emissões de gases de efeito estufa. Takahashi identificou a percepção de custo como uma barreira para empresas que adotam práticas ESG.

Sonia Consiglio, autora e especialista, enfatizou que a sustentabilidade deve ser uma parte central da estratégia de negócio. Em 2026, empresas terão que publicar informações sustentáveis auditadas, tornando essa prática obrigatória.

Um relatório da London School of Economics quantificou quase 3.000 casos de litigância climática globalmente, sinalizando que a sustentabilidade é uma questão crescente nas cortes.

Vania Borgerth, do Comitê Brasileiro de Pronunciamentos de Sustentabilidade, apontou que sustentabilidade e lucratividade devem caminhar juntas. A compreensão correta da sustentabilidade como um conceito contábil é essencial para a geração contínua de lucros.

Os especialistas alertaram sobre a necessidade de avaliar riscos menos óbvios e a incompatibilidade entre o tempo das empresas e a duração necessária para perceber as mudanças ambientais.

A urgência de agir é clara: a sustentabilidade não é opcional e tem um impacto direto na saúde, bem-estar e futuro da sociedade.