'Risco de aprovar isenção do IR até R$ 5 mil sem compensação é mínimo', diz Haddad
Haddad destaca a necessidade de aprovações no Congresso para isentar imposto de renda e deve compensar a perda na arrecadação. O ministro também menciona a posição privilegiada do Brasil para expandir exportações, mesmo diante de tarifas protecionistas.
Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, considera improvável que a proposta de isenção do imposto de renda (IR) para trabalhadores que ganham até R$ 5 mil avance sem a aprovação de medidas de compensação pelo Congresso Nacional.
O projeto prevê um imposto mínimo de 10% para pessoas com renda anual superior a R$ 1,2 milhão. Haddad afirmou haver acordos "firmados" nesse sentido e não vê perspectiva de déficit nas contas públicas.
Segundo o ministro, a proposta conta com quase 80% de aprovação da população.
A declaração veio após o deputado Arthur Lira indicar que pretende reverter partes de um projeto de 2021, que previa alíquota de 15% sobre lucros e dividendos.
- Lucros e dividendos das empresas do Simples Nacional e lucro presumido até R$ 4,8 milhões permanecem isentos.
- Dividendos de até R$ 20 mil mensais também estariam fora da tributação.
Sobre as tarifas protecionistas do governo de Donald Trump, Haddad destacou que o Brasil está em uma posição privilegiada para aumentar suas exportações aos Estados Unidos.
Ele mencionou as reservas internacionais como um "colchão de proteção" e a ampliação de acordos bilaterais com diversos países.
O ministro reafirmou a importância da relação histórica entre Brasil e Estados Unidos, ressaltando a necessidade de manter este vínculo, embora o Brasil não seja imune aos efeitos da guerra comercial.
Haddad informou que o Itamaraty e o vice-presidente Geraldo Alckmin mantêm diálogo com os EUA para que o Brasil faça valer seu papel como principal parceiro comercial americano na América do Sul.