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Rio tem mais de 30 abrigos antiaéreos escondidos em edifícios do Centro e da Zona Sul

Estudo revela que o Rio de Janeiro abriga 33 abrigos antiaéreos subterrâneos, remanescências da Segunda Guerra Mundial. Muitos desses espaços, agora adaptados, se misturam ao cotidiano da cidade moderna.

A riqueza histórica do Rio de Janeiro esconde construções subterrâneas de abrigos antiaéreos, resultado das influências da Segunda Guerra Mundial. Uma pesquisa da arquitetamente Isabella Cavallero, da UFRJ, revelou que ao menos 33 prédios, datados de 1942, possuem essas estruturas.

No início dos anos 40, após romper relações com o Eixo, Getúlio Vargas implementou medidas de proteção. O Decreto-Lei 4.098 obrigou a construção de abrigos em edifícios novos com mais de quatro andares e 1.200 metros quadrados. Muitos desses bunkers, hoje, se tornaram estacionamentos ou residências.

Isabella, que vivenciou a pandemia em Berlim, pesquisou sobre o estilo brutalista e buscou documentos que provassem a existência de bunkers no Rio. Entre os locais identificados, estão:

  • Subsolo da Praça dos Expedicionários
  • Galeria Menescal, em Copacabana

Um vídeo recente nas redes sociais gerou interesse, e novos endereços estão sendo sugeridos. Isabella participará da mostra “80 anos depois: soldados-cidadãos do Brasil na Segunda Guerra Mundial”, no Forte de Copacabana, entre 7 e 18 de maio.

João Barone, baterista do Paralamas do Sucesso, ressalta que, embora o Brasil tenha entrado na guerra em 1942, a efetiva participação só ocorreu em 1944. O livro de Ruy Castro, “Trincheira tropical”, detalha como os bunkers eram elaborados com instalações completas de segurança.

Prédios como o Edifício Filadélfia, que abriga um abrigo de 300 metros quadrados, e o Edifício Guaracy, que se transformou na casa de um porteiro, exemplificam essa história. A síndica do Edifício Filadélfia, Denise Rholoff, destaca a proteção proporcionada pela estrutura, enquanto Djalma Lima, no Guaracy, comenta de forma bem-humorada sobre a segurança atual.

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