Reunião neste domingo entre governo e Congresso pode selar futuro do IOF - e das contas públicas
Reunião em Brasília poderá definir medidas essenciais para o equilíbrio fiscal do governo Lula. Equipe econômica busca negociar alternativas ao aumento do IOF e examina ajustes nas contas públicas em meio a pressões do Congresso.
BRASÍLIA – Neste domingo, 8, ocorre um encontro crucial entre a equipe econômica e líderes do Congresso, que pode definir o futuro das contas públicas no mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
A reunião surge como uma das últimas oportunidades para negociar cortes de gastos, especialmente em meio à controvérsia sobre o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), que levanta resistência de parlamentares e do setor produtivo.
Na última terça-feira, Lula se reuniu com os presidentes do Senado e da Câmara, Davi Alcolumbre e Hugo Motta, para discutir alternativas que evitem a derrubada do decreto do IOF, que prevê uma arrecadação de R$ 20,5 bilhões este ano e R$ 41 bilhões no próximo.
Após esse encontro, novas reuniões foram convocadas. Lula, de viagem em Paris, afirmou que "estava tudo acertado" em relação às medidas a serem apresentadas.
A ministra Gleisi Hoffmann revelou que o Planalto está “dialogando” para encontrar ajustes que garantam o equilíbrio fiscal.
Dentre os compromissos, o deputado Pedro Paulo (PSD-RJ) sugeriu mudanças que poderiam ter um impacto significativo, como desvincular o aumento do salário mínimo das aposentadorias e dos benefícios do INSS.
Ele acredita que as propostas do governo serão limitadas a medidas pontuais visando tapar buracos orçamentários, sem sinalizar reformas estruturantes até as eleições de 2026.
As propostas em discussão incluem:
- Aumento do repasse de dividendos do BNDES.
- Alteração no Preço de Referência do Petróleo (PRP).
- Revisão de benefícios fiscais.
- Imposição de uma trava na complementação da União ao Fundeb.
- Taxação de criptoativos e apostas.
As propostas estão em fase de negociação e visam mitigar gastos tributários, atualmente estimados em R$ 800 bilhões.
Além disso, há um foco em limitar supersalários e ampliar a taxação de apostas esportivas, embora algumas medidas enfrente resistência no Congresso.