HOME FEEDBACK

Reunião do Brics começa com racha sobre reforma da ONU

Divisão entre os membros do Brics complica negociações sobre a reforma do Conselho de Segurança da ONU, com resistência de Egito e Etiópia. O Brasil busca retomar termos favoráveis, enquanto as tensões geopolíticas aumentam.

Divisão no Brics: Os países chegam divididos à reunião de ministros das Relações Exteriores nesta segunda-feira (28) para discutir a reforma do Conselho de Segurança da ONU, um pleito histórico do Brasil.

O governo Lula tenta elaborar um documento de apoio à reestruturação do conselho. No entanto, Egito e Etiópia resistem a endossar um documento que favoreça os interesses de membros mais antigos do grupo.

A menção à África do Sul gera discórdia, já que contraria o Consenso de Ezulwini da União Africana, que reivindica dois assentos permanentes para o continente.

A reunião, marcada por dificuldades nas negociações desde quarta-feira (23), deve ser discutida diretamente pelos chanceleres.

Histórico do Brics: Fundado em 2009, o grupo originalmente incluía Brasil, Rússia, Índia e China. A África do Sul aderiu em 2011. Em 2023, houve uma expansão para incluir Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Irã e Arábia Saudita. A resistência à expansão era forte no Itamaraty.

No entanto, uma declaração de 2023 apoiava a reforma do Conselho de Segurança, mencionando as "aspirações legítimas" de países emergentes, incluindo Brasil, Índia e África do Sul.

Contudo, em 2024, a nova linguagem nas negociações minimizou essa menção, gerando descontentamento no Brasil. A delegação brasileira busca retomar os termos originais, argumentando que os novos membros devem respeitar princípios pré-estabelecidos.

Rivalidades na África: Internamente, a África discute quem deve representar o continente, e a África do Sul não é a única favorita. O Consenso de Ezulwini exige que a União Africana escolha seus representantes.

Apesar da insistência do Itamaraty na reforma do Conselho, as perspectivas são remotas em um cenário geopolítico tenso entre Estados Unidos, China e Rússia.

O embaixador Mauricio Lyrio destacou que a discussão sobre a reforma é central e crucial para a governança global.

Leia mais em folha