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Retaliação da China amplia chances de recessão global e torna acordo improvável, dizem analistas

China impõe tarifas de 34% sobre produtos dos EUA em resposta a medidas de Donald Trump, aumentando temores de recessão global. Analistas afirmam que a escalada da guerra comercial pode dificultar negociações e afetar economias em todo o mundo, inclusive o Brasil.

Retaliação da China às tarifas dos EUA provoca volatilidade nos mercados internacionais. Aumenta a probabilidade de recessão global e dificulta acordos, alertam analistas.

Na sexta-feira, 4, a China decidiu taxar em 34% produtos dos EUA em resposta ao tarifaço de Trump. Isso levantou receios sobre a guerra comercial e seus impactos em economias como a do Brasil.

O índice VIX saltou mais de 40%, e as bolsas de Nova York caíram mais de 3%. Na Europa, Milão teve perdas superiores a 7%, com commodities como cobre e petróleo caindo 7% e 8%, respectivamente.

A consultoria Capital Economics classificou a resposta da China como uma escalada agressiva, tornando improbável um acordo comercial em curto prazo. O presidente chinês acredita que a economia da China pode resistir às ações de Trump.

Bruce Kasman, do JPMorgan, considera o cenário "potencialmente perturbador". O relatório de empregos dos EUA de março mostrou que 228 mil novas vagas foram criadas, mas as tarifas ofuscam esses números positivos.

Antes da retaliação chinesa, o JPMorgan revisou a chance de uma recessão global de 40% para 60%.

O economista André Valério do Inter aponta que a guerra comercial pode afetar negativamente o crescimento econômico. Isso leva ao selo de corte nas expectativas da Selic, com o mercado prevendo 25 pontos base em maio.

Luis Otávio Leal, da G5 Partners, afirma que a resposta da China não piora a situação brasileira, visto que o Brasil é pouco dependente das exportações. A queda do preço das commodities pode ter efeito positivo na inflação brasileira.

A expectativa é de um dólar mais fraco e uma política monetária menos contracionista no Brasil. A reação chinesa reduz o espaço para negociações tarifárias com os EUA e aponta para um cenário de estagflação nos Estados Unidos.

Leal conclui que a China buscará mercados alternativos, o que poderá impactar a concorrência nos setores automobilístico e têxtil. O cenário para o Brasil permanece indefinido.

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