Retaliação comercial contra tarifaço seria erro estratégico, diz ex-embaixador
Ex-embaixador Rubens Barbosa alerta para os riscos de retaliações comerciais e defende a continuidade do diálogo com os EUA. Especialistas ressaltam a importância de uma abordagem pragmática nas negociações para garantir benefícios ao Brasil.
Adoção de retaliações comerciais em resposta às sobretaxas dos EUA seria um erro estratégico para o Brasil, segundo Rubens Barbosa, ex-embaixador brasileiro. Ele alerta que retaliar medidas políticas com ações econômicas prejudica os interesses do país.
Barbosa fez as declarações durante a live da FecomercioSP nesta sexta-feira (1º). Ele criticou a falta de resposta diplomática ativa do governo brasileiro antes da imposição das tarifas, destacando que o discurso da oposição em Washington ficou sem apoio do governo.
Retaliar poderia agravar o cenário, segundo Barbosa, lembrando que a carta de Donald Trump adverte que ações retaliatórias retornarão ao Brasil. Ele elogiou a atuação das empresas brasileiras nos EUA e pediu maior diálogo com Washington.
Recentemente, houve um contato entre o ministro Mauro Vieira e o Departamento de Estado americano, o que Barbosa vê como um começo positivo. Ele ressalta a necessidade de focar na redução das tarifas de produtos que não foram isentos.
O ex-embaixador criticou declarações do presidente Lula sobre os Brics, afirmando que essas posições dificultam a política externa. Thiago de Aragão, da Arko Advice, sugere que o governo deve ser pragmático nas negociações, considerando o que pode oferecer.
O cenário é de incerteza para brasileiros que buscam inclusão na lista de isenções, que exclui itens como café e carne. Aragão acredita que isso aumenta a urgência nas negociações e ressalta que a escolha dos produtos excluídos pode influenciar o governo.