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Resultado dos bancos no 1º trimestre indica economia mais resiliente do que o esperado

Os principais bancos do Brasil apresentaram resultados positivos no primeiro trimestre, com destaque para o crescimento da carteira de crédito. Apesar da alta da Selic e de uma expectativa de desaceleração no segundo semestre, a demanda por crédito continua aquecida e a inadimplência permanece baixa.

Setor bancário surpreende analistas com resultados do primeiro trimestre

Os balanços dos quatro principais bancos do Brasil — Itaú, Bradesco, Santander e Banco do Brasil — mostram crescimento da carteira de crédito em relação ao ano anterior, contrariando expectativas de desafios iniciais.

Larissa Quaresma, da Empiricus Research, afirma que a demanda de crédito permanece firme e a inadimplência é baixa e, em alguns casos, em queda.

Apesar das expectativas de desaceleração, o crescimento foi mais brando do que o previsto. O Banco do Brasil registrou um aumento de 14,4% na carteira de crédito, totalizando R$ 1,27 trilhão, mas foi impactado pelo setor agropecuário.

  • Itaú: R$ 1,38 trilhões (+13,2%)
  • Bradesco: R$ 1 trilhão (+12,9%)
  • Santander: R$ 682,3 bilhões (+4,3%)

Os quatro bancos juntos alcançaram uma expansão anual de 11,9% nas operações de crédito, totalizando R$ 4,3 trilhões. O lucro consolidado foi de R$ 26,86 bilhões, com um avanço de 5,3%.

Entretanto, há previsão de desaceleração no crescimento das carteiras no segundo semestre, devido ao aumento da inadimplência e aos efeitos da Selic alta, atualmente em 14,75%.

Eduardo Nishio, da Genial Investimentos, indica que os bancos estão se tornando mais seletivos em relação ao crédito. A resiliência econômica é atribuída ao aumento dos gastos do governo sob a administração de Lula.

Expectativas de inflação pelo BC indicam que o IPCA deve ficar em 5,51% ao final do ano, com PIB estimado em 2%.

Os presidentes do Itaú e Bradesco, Milton Maluhy e Marcelo Noronha, respectivamente, alertam que o ritmo de crescimento não é sustentável sem um cenário de juros baixos.

O novo consignado, lançado em março, pode revitalizar o sistema de crédito. O BB já desembolsou R$ 3 bilhões e espera crescer para R$ 7 bilhões. Especialistas acreditam que essa modalidade pode mudar o perfil do crédito pessoal.

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