Resgates dos fundos diminuem, mas saídas seguem nas principais categorias
Retiradas em fundos de investimento continuam, mas em ritmo menor em maio. Enquanto os multimercados lideram as saídas, os fundos de renda fixa atraem novos investimentos.
Cotistas dos fundos de investimentos resgataram R$ 14,1 bilhões em maio, uma queda em relação a abril, quando as retiradas foram de R$ 68,4 bilhões. As saídas continuam nas principais categorias, como ações, multimercados e renda fixa.
A maior retirada foi nos fundos multimercados, com R$ 16,2 bilhões em resgates, embora tenha sido menos que os R$ 23 bilhões de abril. Isso é atribuído aos altos juros de renda fixa e à aversão a riscos, já que a Selic está em 14,75% ao ano, o maior nível desde 2006.
Embora muitos fundos multimercados tenham remunerado mal nos últimos anos, alguns estão recuperando os rendimentos. Analistas recomendam pensar em investimentos de longa duração, acima de três anos.
Nos fundos de ações, houve retirada de R$ 3,4 bilhões, quase um terço do que foi sacado em abril (R$ 8,7 bilhões), indicando que alguns investidores podem estar retornando. O Ibovespa subiu 14% neste ano, atraindo investidores.
Já nos fundos de renda fixa, o resgate foi de R$ 1,4 bilhão em maio, bem abaixo dos R$ 31,2 bilhões de abril. Apesar das saídas pontuais em fundos específicos, há continuidade de investimentos na categoria, especialmente em debêntures isentas de Imposto de Renda.
Contudo, os gestores estão sendo mais seletivos devido ao aumento do risco de calote.
No lado positivo, em maio, os cotistas aplicaram:
- R$ 2,6 bilhões nos Fundos de Investimento em Participações (FIPs)
- R$ 2,2 bilhões nos ETFs
- R$ 1,4 bilhão nos Fundos de Investimentos em Direitos Creditórios (FIDCs)
- R$ 418 milhões em fundos de previdência
- R$ 314 milhões em fundos cambiais
No acumulado do ano, os cotistas resgataram R$ 78,3 bilhões, com os fundos multimercados liderando as retiradas (R$ 79,2 bilhões). Outros valores incluem:
- Fundos de ações: R$ 36,8 bilhões
- FIDCs: R$ 4,6 bilhões
- Fundos de previdência: R$ 3,9 bilhões
- Fundos cambiais: R$ 143 milhões
Em contraste, os fundos de renda fixa receberam R$ 31,7 bilhões e os FIPs, R$ 11,3 bilhões, enquanto os ETFs atraíram R$ 3,4 bilhões neste ano.