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Requalificação de adultos vai além da escola

Dados alarmantes sobre alfabetização funcional revelam a urgência de requalificação no Brasil. Com 61% dos trabalhadores sem habilidades adequadas, o novo Pacto Nacional pela Superação do Analfabetismo busca reverter essa realidade, porém soluções além da educação formal são necessárias.

27% dos trabalhadores brasileiros são analfabetos funcionais e 34% apenas atingiram um nível elementar em leitura e matemática. Isso resulta em 61% da população sem habilidades adequadas para o mercado de trabalho, segundo o Inaf (Indicador de Analfabetismo Funcional).

Embora a educação básica seja uma prioridade, é essencial buscar soluções também para os 60 milhões de brasileiros com 25 anos ou mais que não completaram o ensino médio. A modalidade de Educação de Jovens e Adultos (EJA) registrou uma queda de 1,2 milhão de matrículas na última década.

O atual governo lançou o Pacto Nacional pela Superação do Analfabetismo e Qualificação da EJA, prevendo R$ 4 bilhões em investimentos e a criação de 3,3 milhões de novas matrículas. Contudo, mesmo com seu sucesso, o problema persiste: 12% dos que finalizaram o ensino superior ainda são analfabetos funcionais.

A solução requer estratégias que vão além do sistema educacional formal. É crucial que o mercado de trabalho participe ativamente na requalificação de sua força laboral.

O documento da OCDE de 2023, Flexible adult learning provision, sugere estratégias flexíveis de qualificação, incluindo ensino formal e aprendizagem informal. O Objetivo de Desenvolvimento Sustentável número 4 busca promover a aprendizagem ao longo da vida.

Infelizmente, um relatório da Unesco em 2022 revelou que apenas 5% dos países de alta renda diminuíram gastos com educação de adultos desde 2018. Os países ricos continuam investindo na qualificação de adultos, entendendo sua importância na quebra do ciclo de desigualdade educacional.

Por fim, a falta de qualificação de adultos impacta crianças e jovens, já que a escolaridade dos pais é um fator crucial para o desempenho escolar. Investir na educação de adultos é vital para melhorar a produtividade e romper com desigualdades intergeracionais.

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