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Renda Fixa sem risco? Cuidado com os conselhos de investimentos que recebe

Correção das provas de MBA em finanças revela equívocos persistentes sobre perfis de investimento e a composição de carteiras. Especialistas enfrentam desafios ao recomendar ativos, negligenciando nuances que podem impactar o retorno e o risco das investigações.

Correção de Provas em MBA de Finanças

No final de semana, foram corrigidas provas de turmas de MBA em finanças, compostas por profissionais de bancos e corretoras.

Os alunos, jovens e qualificados, possuem certificações da Ancord e Anbima, o que atesta sua competência técnica.

Entretanto, a análise das provas revelou conceitos errôneos que persistem no mercado financeiro.

Um exercício focou na composição de três carteiras diversificadas para perfis de investidores: conservador, moderado e arrojado.

Embora esses perfis sejam comuns, a abordagem de alocação de ativos é incompleta.

Tradicionalmente, carteiras conservadoras incluem mais renda fixa, mas a realidade é mais complexa, envolvendo prazo, risco de crédito e setores econômicos.

Uma comparação de quatro índices de mercado elucidou isso:

  • Ibovespa: Média de cotações em um dia.
  • CDI: Taxa de juros para um dia.
  • IMA-B 5: NTN-B com prazos de até 5 anos.
  • IMA-B 5+: NTN-B com prazos superiores a 5 anos.

Em um cenário conservador, a escolha entre CDI e IMA-B 5+ é vital. Nos últimos 12 meses:

  • CDI: 11%
  • IMA-B 5+: -0,50%
  • IMA-B 5: 9%
  • Ibovespa: 8%

Um investidor conservador que tivesse em sua carteira o IMA-B 5+ teria ficado desapontado.

Além disso, o Drawdown é um indicador importante para entender riscos. Em dezembro:

  • Ibovespa: -12%
  • IMA-B 5+: -10%
  • CDI: ileso
  • IMA-B 5: -2%

Esses números mostram que, em cenários de estresse, a renda fixa pode se comportar de maneira semelhante à renda variável.

O estereótipo da renda fixa como um investimento sem risco persiste e pode resultar em recomendações inadequadas aos investidores.

A construção de um aconselhamento eficaz requer mais atenção e profundidade.

Hudson Bessa - Economista e sócio da HB Escola de Negócios

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