Renda fixa domina carteiras e posições em fundos imobiliários encolhem
A recente alta da Selic provocou mudanças significativas nas carteiras de investimentos dos brasileiros, aumentando a preferência pela renda fixa. Enquanto isso, os fundos imobiliários sofreram uma queda acentuada, especialmente entre os investidores de maior renda.
A inversão do ciclo da Selic mudou a composição das carteiras dos brasileiros entre 2023 e 2024. Com a alta da taxa básica, os investidores concentraram capital na renda fixa, transferindo recursos de fundos imobiliários (FIIs).
A renda fixa cresceu 33% no período, com média de R$ 113,6 mil alocados por investidor, enquanto os FIIs caíram 24%, indo para R$ 35 mil.
Os dados são de um levantamento do Grupo W1, baseado em 20.385 clientes da W1 Capital, entre fevereiro de 2024 e fevereiro de 2025.
A alta dos juros torna os títulos de renda fixa mais atraentes, enquanto os FIIs enfrentam pressões no setor imobiliário. Investidores com renda entre R$ 200 e R$ 500 mil alocam só 10% em FIIs, com 31% em renda fixa. Os com renda de R$ 500 mil a R$ 1 milhão têm 34% em renda fixa e 11% em FIIs.
O cenário atual favorece aplicações conservadoras, mas a expectativa de cortes na Selic pode levar investidores a reavaliar suas carteiras, deslocando recursos para renda variável, como ações e FIIs.
A análise por faixa de renda indica que quanto maior a renda, mais conservadoras são as alocações. Desde 2024, novas regras tributárias afetaram fundos fechados, levando recursos a produtos como LCIs, LCAs e debêntures incentivadas, que oferecem retornos atrativos.
Enquanto investidores com menos capital buscam retornos mais altos em ativos de renda variável, os com maior capital realizam investimentos em produtos conservadores, mas com maior potencial de retorno. Com a possível redução na Selic, espera-se que esses perfis de investidores voltem a se encontrar na renda variável.