Relatório da Anistia Internacional aponta falhas na resposta do poder público às enchentes no RS
Relatório da Anistia Internacional critica a resposta do poder público às enchentes no Rio Grande do Sul, destacando falhas na prevenção e na proteção de grupos vulneráveis. A análise revela que as políticas de reconstrução não abordam as desigualdades sociais que intensificam os impactos das tragédias climáticas.
Relatório da Anistia Internacional Brasil aponta falhas na resposta do poder público após enchentes no Rio Grande do Sul, um ano após os desastres.
Dados preocupantes: Mais de 250 mortos entre 2023 e 2024 devido a eventos climáticos extremos.
A análise critica o Piano Rio Grande, que se limita à reposição de estruturas, sem abordar causas das tragédias, segundo Jurema Werneck, diretora-executiva da Anistia Brasil.
Impacto nos serviços públicos: 782 escolas, 243 unidades de saúde, 111 instituições culturais e 69 centros de assistência social foram afetados.
Investimentos do governo do RS: R$ 7 bilhões em ações emergenciais e R$ 14,3 bilhões disponíveis no Fundo do Plano Rio Grande, mas apenas R$ 1,7 bilhão foi gasto até agora.
Habitação ainda problemática: Apenas 5.600 dos 22 mil imóveis prometidos foram contratados. Moradias temporárias em contêineres apresentaram condições insalubres.
Uso contínuo de recursos: R$ 8,5 bilhões alocados, principalmente em rodovias e dragagem, sem orçamento para prevenção e monitoramento climático.
Medidas em andamento: Dragagem de hidrovias, programa Volta por Cima e construção de novas moradias temporárias.
Desigualdades sociais: Grupos como negros, indígenas e idosos foram desproporcionalmente afetados, com áreas alagadas coincidindo com bairros de maior pobreza.
Versão completa do relatório será lançada no fim de maio, incluindo recomendações para fortalecer políticas públicas e envolver comunidades nas decisões.