Reino Unido nomeia primeira mulher para chefiar serviço secreto
Blaise Metreweli faz história ao ser escolhida para liderar o MI6, refletindo uma mudança significativa na representação feminina em agências de inteligência. Sua vasta experiência e proteção de dados críticos serão essenciais em um cenário global de crescente instabilidade e desafios de segurança.
Blaise Metreweli fará história ao se tornar a 1ª mulher a liderar o MI6, o Serviço Secreto de Inteligência (SIS) do Reino Unido. O anúncio foi feito na 2ª feira (16.jun.2025), e ela assume o cargo em outubro, sucedendo Richard Moore após 5 anos.
Com 26 anos de experiência em inteligência e atual diretora-geral na área de tecnologia, Metreweli enfrenta desafios de segurança sem precedentes, conforme destacou o primeiro-ministro Keir Starmer.
Ela se disse “orgulhosa e honrada” pela nomeação e deseja trabalhar com os “corajosos oficiais do MI6 e nossos parceiros internacionais”.
A carreira de Metreweli inclui papéis operacionais no Oriente Médio e na Europa. Ela já trabalhou no MI5 e chefiou a diretoria K, monitorando ameaças de países como Rússia, China e Irã.
Richard Moore elogiou a escolha de Metreweli, chamando-a de “uma agente altamente capacitada e especialista em tecnologia”. Em discurso, ele relatou o momento perigoso atual, citando a ameaça do Estado Islâmico e a instabilidade da guerra na Ucrânia.
O MI6 opera do Reino Unido e mantém filiais em diversos países. Metreweli será conhecida pelo codinome “C”, a única identidade pública da agência secreta.
Em 2022, utilizando o pseudônimo Ada, Metreweli contou que seu interesse pela espionagem começou na infância, quando trabalhou com tecnologia nuclear e estabeleceu laços com agentes estrangeiros.
Ela é graduada em antropologia pela Universidade de Cambridge e inicialmente buscou uma carreira diplomática. Dados do SIS revelam que mulheres na agência ganham 7,9% menos que homens, com 3 de 4 diretoras-gerais sendo mulheres.
A nomeação de Metreweli reflete a transformação nas agências de inteligência ocidentais, que buscam diversificar suas lideranças. Moore afirmou ser o último a ser escolhido de uma lista exclusivamente masculina.
Essa nomeação ressoa com a ficção, já que há 30 anos a atriz Judi Dench interpretou uma chefe do MI6 em Golden Eye. Outras agências também tiveram mulheres em cargos de liderança, como Stella Rimington no MI5 e Gina Haspel na CIA em 2018.