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Regular plataformas não é suficiente para conter violência

A tragédia de Sarah Raissa levanta questões sobre a regulação das plataformas digitais, mas também revela falhas nas relações familiares e vigilância parental. Enquanto propostas legais se acumulam no Congresso, a necessidade de apoio nas segurança pública e maior conscientização dos pais se torna evidente.

A morte de Sarah Raissa Pereira de Castro, de 8 anos, após inalar desodorante em um desafio no TikTok, gerou pressão por regulação nas plataformas. Propostas ainda estão paradas no governo e no Congresso por falta de consenso.

A situação é urgente, mas reduzir a tragédia apenas a questões legais é irresponsável. O desafio mostra uma disputa política, onde a oposição tem avançado.

Além do Legislativo, a emergência abrange famílias e relacionamentos desvinculados. A pesquisadora Michele Prado, em entrevista, revelou problemas no comportamento de jovens: “Pais só descobrem quando a polícia bate na porta.”

Michele descreveu o “extremismo salad bar”, onde adolescentes radicalizam uns aos outros sem hierarquias organizadas. Um caso no Rio de Janeiro envolveu uma operação policial em diversos estados, desmantelando uma organização que induzia jovens a praticar crimes, como apologia ao nazismo e maus-tratos a animais.

Durante a operação, dois homens foram presos e dois adolescentes apreendidos. Os suspeitos enfrentam acusações graves, como indução à automutilação e associação criminosa.

Michele defendeu uma regulação específica para conter o extremismo online, mas alertou sobre a falta de recursos nas agências de segurança pública. A Unidade de Repressão a Crimes Cibernéticos de Ódio da Polícia Federal começou com apenas duas pessoas.

A regulação das plataformas é necessária, mas enfrenta limitações estruturais e a falta de percepção dos pais. A conversa fictícia entre os pais de um jovem na minissérie “Adolescência” revela essa dificuldade:

  • "Vi o que estava ali, não queria acreditar."
  • "Temos que sobreviver a isso."
  • "Não dava para a gente controlar; não dá para saber o que eles estão assistindo."
  • "Poderíamos ter percebido e impedido."
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