Reforma tributária exige que pequenas empresas repensem fluxo de caixa e formação de preços
Reforma tributária exige adaptação financeira de micro e pequenas empresas para evitar impactos negativos na gestão. Especialistas alertam sobre a necessidade de uma revisão cuidadosa no fluxo de caixa e na formação de preços.
A reforma tributária impactará significativamente a gestão de micro e pequenas empresas, segundo Charles Gularte, contador e CSO da Contabilizei.
Em entrevista ao programa Macro em Pauta, Gularte ressaltou que, apesar de o objetivo da reforma ser simplificar o sistema e ampliar a base de contribuição, a mudança no recolhimento de impostos afetará diretamente esses pequenos negócios.
As empresas precisarão revisar sua gestão financeira e precisa de adaptação na formação de preços, antes focada nas práticas de mercado. Gularte destaca que o novo modelo de split payment — com desconto automático de impostos durante transações — diminuirá o fluxo de caixa disponível.
O contador enfatiza que a falta de planejamento pode prejudicar o pagamento de fornecedores e salários e que, com a nova dinâmica de recolhimento de impostos, os empresários devem entender mais sobre a carga tributária e avaliar o regime tributário mais vantajoso.
A reforma apresenta o conceito de não cumulatividade, que permite compensar impostos pagos em etapas anteriores. Contudo, o Simples Nacional não dará créditos tributários, o que pode afetar a competitividade das pequenas empresas.
Para se adaptarem, os pequenos empresários podem mudar de regime tributário duas vezes ao ano, ao invés de apenas uma. Essa flexibilidade será essencial para ajustar a estratégia de acordo com o perfil dos clientes.
Apesar dos desafios, Gularte vê pontos positivos, como a sinalização de simplificação e possível redução de alíquotas ao longo do tempo. Ele recomenda que os empresários busquem apoio especializado e realizem revisões de fluxo de caixa, simulando cenários tributários para manter a saúde financeira do negócio.