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Referendo sobre cidadania na Itália fracassa por não alcançar 50% de participação

O referendo sobre a redução do tempo de residência para aquisição de cidadania na Itália não atingiu o quórum necessário para ser validado. A baixa participação dos eleitores foi influenciada por declarações do governo, que incentivou a abstenção.

Referendo na Itália que propunha reduzir pela metade o tempo de residência para a cidadania não atingiu o quórum necessário e não terá validade.

Com apenas 29% de afluência logo após o fechamento das urnas, era necessário que mais da metade dos 51,3 milhões de eleitores participassem da votação.

O referendo abrangeu cinco perguntas, quatro relacionadas a questões trabalhistas e uma sobre a cidadania, que buscava reduzir de dez para cinco anos o tempo de residência legal para não europeus.

A primeira-ministra Giorgia Meloni e outros integrantes do governo se manifestaram contra a proposta, sugerindo a abstenção para evitar o quórum. Meloni, que votou mas não retirou cédulas, reforçou a abstenção.

Defensores da mudança, principalmente partidos de centro-esquerda, argumentaram que a medida promoveria a integração familiar e beneficiaria crianças imigrantes.

Uma vez que o imigrante obtém a cidadania, filhos menores auto transferem esta cidadania. Sem a mudança, crianças nascidas na Itália só podem solicitar cidadania aos 18 anos. Além disso, cidadãos têm direitos como votar e acessar o serviço público.

Os requisitos como comprovação de renda, conhecimento da língua italiana e ausência de crimes permanecem inalterados. A Itália possui o prazo mais rigoroso da Europa, em comparação com Alemanha, França e Reino Unido que exigem cinco anos.

Atualmente, há 5,4 milhões de estrangeiros regularizados na Itália, representando 9,2% da população. Desde 2020, o país concedeu mais de 200 mil cidadanias anuais, com quase 70% destes casos pertencendo a imigrantes não europeus.

A questão do referendo não se relaciona com as mudanças recentes na transmissão da cidadania por direito de sangue, que foi restringida a duas gerações por iniciativa do governo.

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