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Referendo na Itália pode facilitar cidadania para residentes que nasceram fora da UE; governo é contra

Itália confronta debate sobre a cidadania de imigrantes, enquanto referendo busca acelerar o processo de naturalização. A questão afeta milhões de residentes e levanta preocupações sobre inclusão e futuro social do país.

Insaf Dimassi chegou à Itália em 1997, com apenas nove meses, para se reunir ao pai trabalhador migrante. Ela se destacou no sistema educacional italiano e participou da política estudantil.

Após duas décadas, seu pai obteve a cidadania italiana, mas Dimassi foi excluída do processo por completar 18 anos apenas 20 dias antes da cerimônia. Como resultado, ela teve que reiniciar o processo de cidadania como adulta, demonstrando ganhos de € 8.200 ao longo de três anos.

Ainda sem cidadania aos **28 anos**, Dimassi estuda para um doutorado na Universidade de Bolonha e reflete sobre sua condição de "pessoa sem direitos."

A história de Dimassi ilustra uma questão importante na Itália: os 9% (5,4 milhões) de residentes estrangeiros legais enfrentam um longo e difícil caminho para a naturalização. Agora, os eleitores italianos estão prestes a votar em um referendo que poderá desencadear reformas às regras de imigração.

  • Proposta: permitir que migrantes não pertencentes à UE solicitem cidadania após **cinco anos** em vez de dez.
  • A proposta poderá beneficiar até 2,5 milhões de residentes legais.
  • A coalizão de direita liderada pela primeira-ministra Giorgia Meloni é contra essa reforma.
  • Eleitores serão questionados em um referendo nacional em 8 e 9 de outubro.

A resistência à naturalização rápida se baseia na crença de que deve haver um processo rigoroso para preservar a identidade italiana. No entanto, defensores argumentam que a integração é crucial para o futuro do país, que enfrenta uma crise demográfica.

Dimassi e outros jovens de origem migrante expressam sua frustração em meio a discriminatórias regras de cidadania. Discursos em torno do referendo refletem preocupações sociais que têm implicações para a economia e a democracia italianas.

O debate sobre a cidadania e imigração na Itália é uma questão complexa, com raízes históricas profundas. Embora o referendo possa falhar em sua primeira tentativa, as reivindicações por inclusão e direitos políticos continuarão a crescer nas votações futuras.

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