Redução do IPI de ‘carro popular’ é alívio para indústria e novo revés a locadoras
A nova política de redução do IPI visa fomentar a venda de carros sustentáveis e compactos no Brasil, beneficiando montadoras e consumidores. No entanto, locadoras podem enfrentar desafios com a desvalorização prevista dos seminovos devido à queda nos preços dos novos modelos.
A indústria automotiva brasileira deve se revitalizar após a redução do IPI para carros eficientes e a isenção temporária para modelos compactos 1.0.
Grandes fabricantes como Stellantis, Volkswagen, General Motors e Hyundai serão os principais beneficiados. A demanda por veículos mais baratos deve aumentar, mas locadoras enfrentam perdas de rentabilidade com a queda esperada nos preços dos seminovos.
O programa Mover (Mobilidade Verde e Inovação) foi criado para estimular o setor, com um novo decreto que institui mudanças significativas no IPI, tornando o IPI verde uma política permanente.
Para ter IPI zero, os modelos compactos devem:
- Emitir menos de 83g de CO₂ por km;
- Conter mais de 80% de materiais recicláveis;
- Ser fabricados no Brasil em etapas críticas.
Modelos como Fiat Mobi e Renault Kwid podem ver uma redução de preço de 3% a 5%, com campanhas que oferecem descontos superiores a 13%.
As montadoras devem solicitar credenciamento ao MDIC para os modelos que atendem os requisitos do “carro sustentável”. A Stellantis já antecipou a isenção total do IPI, enquanto a Volkswagen ajustou preços de modelos como o Polo e Virtus.
A indústria já se beneficiou antes de programas semelhantes, como o Inovar-Auto em 2012. Contudo, altas taxas de juros e a situação atual do mercado trazem incertezas, especialmente para locadoras que revertem seminovos a preços menores.
Executivos do setor alertam sobre a depreciação significativa de suas frotas e ressaltam que o atual cenário econômico limita o crescimento nas vendas de carros zero.