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Redução de jornada pode tirar valor adicionado da economia

A proposta de redução da jornada de trabalho para 36 horas semanais pode impactar negativamente a economia brasileira, gerando perdas significativas no valor adicionado e no PIB. Economistas alertam que a medida pode resultar em fechamento de empresas e desemprego, apesar da expectativa de aumento salarial.

A proposta de emenda à constituição (PEC) pela redução da jornada de trabalho para 36 horas semanais, apresentada pela deputada Erika Hilton (PSOL-SP), pode causar perdas de 3,8% a 6,9% no valor adicionado à economia brasileira, segundo o economista Fernando de Holanda Barbosa Filho da FGV Ibre.

Em 2024, o valor adicionado no Brasil cresceu 3,1%, enquanto a jornada média de trabalho foi de 38,4 horas. A redução para 36 horas resultaria em uma diminuição de 6,2% no total de horas trabalhadas.

Barbosa Filho afirma que se a produtividade do trabalho se mantiver, a **declínio no valor adicionado total** pode ser de 3,8%. Um corte na jornada pode afetar negativamente a renda per capita, causar fechamento de empresas e perda de empregos.

Além disso, a redução da jornada pode levar a um aumento de 6% a 18% no salário real, o que pode fazer os empregadores cortarem funcionários. Assim, a perda de valor adicionado poderia variar entre 4,1% a 6,9%, dependendo da reação dos empregadores.

Embora um argumento seja que a redução será compensada por um aumento na produtividade, a produtividade do trabalho no Brasil tem crescido de forma "medíocre", em 0,2% ao ano. Mesmo com ganhos significativos de produtividade, a nova jornada pode impactar negativamente o valor adicionado.

Desde 1981, a jornada de trabalho tem diminuído 0,3% ao ano e mudanças tecnológicas e efeitos de renda explicam essa tendência. A legislação atual já permite diferentes jornadas, e muitos setores estão se adaptando. Barbosa Filho acredita que essa mudança ocorrerá de forma gradual.

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