Redes sociais: o elefante na sala
Documentário expõe os perigos das redes sociais e as consequências trágicas da exposição de jovens a conteúdos nocivos. Com relatos impactantes e a luta por justiça, o filme questiona a responsabilidade das plataformas diante dos danos causados.
Empresas de redes sociais lucraram US$ 11 bilhões com publicidade para menores em 2022 nos EUA. 95% dos adolescentes usaram redes sociais, com um terço deles quase constantemente.
Esses dados foram apresentados no documentário Can’t Look Away: The Case Against Social Media, dirigido por Matthew O’Neill e Perri Peltz, disponível na plataforma Jolt. O filme, baseado em reportagem da Bloomberg, explora os danos causados pelo uso das redes sociais às famílias.
O documentário expõe a diferença entre o objetivo das redes sociais de conectar pessoas e a realidade: maior isolamento e aumento de problemas mentais entre os jovens.
Três casos extremos ilustram as consequências trágicas:
- Jordan DeMay, chantageado após um caso de “sextortion”, se suicidou.
- Jovem que, após desilusão amorosa, se matou após encontrar conteúdo suicida no TikTok.
- Alexander, de 14 anos, morreu ao consumir fentanil adquirido via Snapchat, que facilita o tráfico.
O Social Media Victims Law Center busca responsabilizar as Big Techs, que, mesmo cientes dos danos, permanecem imunes pela Seção 230 do Communications Decency Act de 1996.
A Seção 230 isenta provedores de serviços online de responsabilidades sobre conteúdo de usuários, defendida como essencial para inovação.
O documentário também mostra uma audiência no Senado dos EUA em janeiro de 2024, onde CEOs de redes sociais pediram desculpas mas não enfrentaram punições.
A regulamentação parece distante, mas ações pontuais, como mudanças de design e campanha da Meta sobre “contas de adolescente”, estão em andamento. Proibições de celulares em escolas visam a interação social dos jovens.
O documentário oferece um guia no Instagram para discussões e aprofundamentos sobre o tema.
Alessandra Levy é economista e palestrante.