Recessão entra no radar dos EUA: como isso afeta as outras economias do mundo, incluindo a do Brasil?
A economia dos EUA enfrenta sua primeira retração sob a administração de Trump, destacando os impactos negativos das novas tarifas sobre o comércio exterior. O crescimento global pode ser ameaçado, com a possibilidade de uma recessão se agravando entre os analistas.
Economia dos EUA se retrai no primeiro trimestre de 2023, com queda de 0,3% segundo o Escritório de Análise Econômica (BEA). O dado gerou preocupações sobre uma possível recessão, impactando mercados globais.
A queda foi impulsionada por um aumento nas importações de 41,3%, o maior em quase cinco anos, e uma redução no consumo do governo. Empresas anteciparam compras para evitar tarifas impostas por Trump, afetando negativamente o PIB.
No mesmo período, o dólar comercial dos EUA atingiu US$ 162 bilhões, representando um crescimento de 9,6% em relação a fevereiro. Projeções já indicavam uma retração de 0,2% antes da divulgação do PIB.
Trump atribuiu a culpa da queda à administração Biden e pediu paciência aos apoiadores, enquanto muitos economistas divergem, apontando que sua política comercial poderia encarecer bens e reduzir o poder de compra.
Especialistas alertam para uma próxima recessão, com indicadores antecedentes indicando pressões no consumo. A confiança do consumidor caiu para 86 pontos, o menor nível desde maio de 2020.
O Índice de Novas Encomendas da indústria também mostrou uma queda acumulada de 13% até março. Economistas como Ivo Chermont e Torsten Sløk indicam que a recessão pode ser iminente, com grandes empresas enfrentando quedas significativas nos lucros.
Enquanto isso, o FMI não descarta a possibilidade de uma desaceleração moderada, apontando que a demanda doméstica não diminuiu, mantendo um crescimento esperado de 1,8%.
Nos mercados financeiros, os índices de ações oscilaram, com o Dow Jones e o S&P 500 terminando levemente em alta, enquanto os investidores consideram políticas de juros mais flexíveis.
Na Europa, o PIB cresceu 0,4% no primeiro trimestre, com países como Alemanha e França apresentando crescimento. Entretanto, dificuldades com tarifas americanas ainda geram incertezas.
Enquanto isso, na China, a atividade industrial recuou em abril, refletindo o impacto das novas tarifas dos EUA.