Rearmamento da Alemanha pode garantir estabilidade no mercado de trabalho em meio à crise de vagas
A transição da fábrica de trens Liebig para a produção de armas marca uma mudança significativa na indústria local de Görlitz, refletindo as dificuldades econômicas e a desindustrialização que a região enfrenta. Com o aumento nos gastos com defesa na Alemanha, a esperança é que essa nova abordagem traga empregos sustentáveis para a comunidade.
Família Liebig encerra produção de trens em Görlitz, Alemanha, após três gerações, e inicia fabricação de armas a partir do próximo ano.
A fábrica de 176 anos, anteriormente da Alstom, será transferida para a KNDS, que vai produzir componentes para tanques de batalha e veículos de combate. A Alstom fechou a unidade devido à busca por custos mais baixos.
Carsten Liebig lamenta a transição, destacando a perda de uma indústria essencial para sua cidade. A produção de armas surge em meio a uma crise de desindustrialização no leste da Alemanha, onde 250 mil empregos na indústria desapareceram desde o início da pandemia.
Os gastos com defesa da Alemanha cresceram quase 80% desde 2020, e empresas de defesa planejam contratar 12 mil novos funcionários até 2026. A Rheinmetall, Diehl Defence, Thyssenkrupp e MBDA adicionaram 16,5 mil funcionários desde 2020.
Florian Hohenwarter, da KNDS, destacou que a escolha pela fábrica se deu pela presença de especialistas qualificados. Entretanto, encontrar e treinar novos trabalhadores será um desafio.
A Rheinmetall está em negociações para comprar fábricas automotivas prestes a serem fechadas, buscando expandir a capacidade de produção, enquanto o apoio à guerra na Ucrânia se torna um tema controverso.
A resistência local ao rearmamento é observada, com o partido Afd ganhando força nas eleições, enquanto o primeiro-ministro da Saxônia vê a produção como uma oportunidade para 지역. O futuro da indústria de defesa, no entanto, ainda é incerto, conforme a palavra de organizadores de sindicatos reflete a preocupação com a durabilidade desses empregos.
Seja como for, Liebig observa a realidade com pragmatismo, esperando que se mantenham o maior número possível de empregos na nova era industrial de sua cidade.