Ranking de liberdade de imprensa mostra situação precária para jornalismo em mais de metade dos países
Primeira vez que metade dos países apresenta condições precárias para o jornalismo, segundo a RSF. O Brasil se destaca com uma melhora significativa no ranking, embora ainda enfrente sérios desafios à segurança dos jornalistas.
Ranking mundial de liberdade de imprensa da organização Repórteres Sem Fronteiras (RSF) revela que, pela primeira vez, metade dos países do mundo enfrenta condições precárias para o jornalismo.
No ranking divulgado em 2 de março, 90 dos 180 países avaliados têm situação dificil ou muito grave para a prática do jornalismo. Apenas 42 países apresentam condições boas.
Uma exceção é o Brasil, que subiu para o 63º lugar, ganhando 47 posições desde 2022, em parte graças à saída de Jair Bolsonaro. Segundo Artur Romeu, da RSF, o ambiente está menos hostil, mas desafios como segurança dos jornalistas e campanhas de ódio persistem.
A RSF aponta o enfraquecimento econômico dos meios de comunicação como uma das principais ameaças à liberdade de imprensa. Fatores como competição das big tech e pressão de anunciantes impactam a mídia.
Em 42 países, a situação é muito grave, onde a liberdade de imprensa é quase inexistente. Exemplos incluem:
- Palestina (163º): 200 jornalistas mortos.
- Uganda (143º), Etiópia (145º), Ruanda (146º): situação crítica.
- China (178º), Coreia do Norte (179º), Eritreia (180º): piores colocações.
No Oriente Médio, todos os países, exceto o Qatar (79º), estão em situação difícil.
Nos EUA, a gestão de Trump deteriorou a liberdade de imprensa (57º). Na Argentina (87º), Javier Milei estigmatiza jornalistas e desmantela a mídia pública. Peru (130º) e El Salvador (135º) também apresentaram quedas significativas.
Quase um terço dos países enfrenta fechamento regular de meios de comunicação devido a dificuldades econômicas. Nos EUA, muitos locais se tornaram desertos de notícias.
O ranking é baseado em percepções e respostas a questionários que analisam cinco aspectos: político, jurídico, econômico, sociocultural e segurança, com contribuições de diversos representantes do setor.