Ramagem diz que arquivos sobre urnas eram “opiniões pessoais”, não um plano de ataque
Deputado nega envolvimento em planos contra o sistema eleitoral e afirma que documentos estavam relacionados a debates sobre o voto impresso. Ele alega que o material encontrado foi mal interpretado pela Polícia Federal para criar uma narrativa incriminatória.
Deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), ex-diretor da Abin, declarou ao Supremo Tribunal Federal (STF) que arquivos encontrados em seus dispositivos, com críticas ao sistema de votação, eram apenas opiniões pessoais e não planos de ataque às urnas.
Durante o interrogatório conduzido pelo ministro Alexandre de Moraes, Ramagem afirmou que o conteúdo foi produzido em 2021, servindo para debates sobre a PEC do Voto Impresso, proposta rejeitada pela Câmara.
Ramagem, identificado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) como responsável por relatórios de inteligência, negou envolvimento em tentativas contra o sistema eleitoral. Parte do material incluía trechos de um discurso que refutava falhas nas urnas eletrônicas.
O deputado explicou que o vídeo foi compartilhado para esclarecer dúvidas do ex-presidente Bolsonaro, sem intenção de enfraquecer o sistema eleitoral. Ele também acusou a Polícia Federal de distorcer os arquivos para criar uma narrativa incriminatória.
Ramagem enfatizou: “As informações eram parte de um debate legítimo sobre o voto impresso.” Ele busca se desvincular das acusações, enquanto a PGR o coloca como integrante do “núcleo de inteligência” da suposta trama golpista de 2022.
Documentos da Polícia Federal indicam que os arquivos estavam em dispositivos da Abin e circulavam entre membros do Planalto, sugerindo um esforço para questionar a credibilidade das urnas antes das eleições. Ramagem nega qualquer articulação para minar a lisura do processo eleitoral.