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Racionalidade nas decisões

Copom eleva Selic para 14,75% em meio a pressões inflacionárias e críticas populares. A falta de credibilidade na política fiscal impede ações eficazes e compromete a estabilidade econômica do Brasil.

O Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central do Brasil enfrenta desafios como pressões inflacionárias, incertezas fiscais e forte cobrança da sociedade.

Apesar das críticas e pressões políticas, a autoridade monetária tem se mantido técnica e racional. Contudo, a falta de credibilidade na política fiscal enfraquece os efeitos da política monetária.

Na última reunião, o Copom decidiu elevar a taxa Selic em 0,50 ponto percentual, fixando-a em 14,75% ao ano. A continuidade dessa trajetória dependerá da evolução dos dados econômicos, visando combater uma inflação acima da meta de 3% do CMN.

Essa decisão é impopular, pois juros altos impactam negativamente o consumo, o crédito e o crescimento econômico. Entretanto, ignorar a inflação seria ainda mais prejudicial, especialmente aos mais pobres.

A atuação do Banco Central é solitária: enquanto a política monetária se aperta, a política fiscal se expande, com um pacote fiscal que ainda não garante equilíbrio de longo prazo. A arrecadação não acompanha as despesas, e ajustes estruturais não foram implementados.

Os precatórios tornam-se um ponto sensível nas discussões fiscais, evidenciando a fragilidade da governança fiscal. A falta de uma âncora fiscal crível gera desconfiança econômica e pressiona as expectativas inflacionárias.

O Copom, portanto, trabalha com limitações, buscando estabilidade de preços. Para que a redução dos juros seja sustentável, é vital reconstruir a confiança na política fiscal, com metas realistas, responsabilidade nos gastos e transparência. A racionalidade deve ser um princípio orientador de toda a política econômica.

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