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Quem rejeita notícias “imparciais”? Aqueles que não têm poder

Estudo revela que, apesar da preferência por notícias imparciais, grupos com menos poder tendem a consumir conteúdo ideológico. A pesquisa analisou dados de 40 países e apontou comportamentos distintos entre diferentes demografias.

Estudo Revela Preferências por Notícias Imparciais

Um novo artigo na International Journal of Communication investiga quem realmente deseja notícias imparciais em 40 países.

Embora a maioria das pessoas declare gostar de notícias imparciais, dados mostram que grupos específicos preferem conteúdo ideologicamente alinhado:

  • Engajados politicamente;
  • Jovens;
  • Mulheres;
  • Grupos socioeconomicamente desfavorecidos.

O estudo baseou-se no Digital News Report 2020, que entrevistou 80.000 pessoas sobre hábitos de consumo de notícias. A pesquisa revela que:

  • 51% preferem fontes sem ponto de vista específico;
  • 24% preferem fontes que compartilham seu ponto de vista.

Nos EUA, liberais mostram forte suporte à mídia imparcial, especialmente durante a presidência Trump. Com isso, percepções sobre imparcialidade podem ser influenciadas pela realidade política local.

O estudo destaca que a preferência por notícias imparciais varia de acordo com o contexto político e social. Em países autoritários, a valorização dessas notícias diminui. Por outro lado, em ambientes de mídia diversificada, a preferência por notícias idénticas à crença própria aumenta.

As preferências podem refletir a falta de representatividade e uma necessidade de que as notícias reflitam a vida do grupo que as consome. Em suma, a questão da imparcialidade é complexa e moldada por diversos fatores sociais.

Os autores concluem que é fundamental entender as necessidades do público, já que suas percepções sobre jornalismo muitas vezes diferem das suposições feitas por jornalistas e acadêmicos.

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