Quem não passou por uma grande recessão perdeu a noção do que pode acontecer com o crédito, diz Jamie Dimon
Jamie Dimon, CEO do J.P. Morgan, destaca que os riscos econômicos são subestimados e alerta para a possibilidade de inflação e estagflação. O cenário de volatilidade no mercado pode impactar os negócios de banco de investimento, embora a receita em negociação de ações e renda fixa ainda tenha chances de crescimento.
Jamie Dimon, CEO do J.P. Morgan Chase & Co., alertou sobre a complacência diante de riscos como inflação, spreads de crédito e questões geopolíticas.
Dimon destacou que as chances de inflação elevada e estagflação são maiores do que imaginam e comentou sobre os altos preços dos ativos americanos e a subavaliação dos spreads de crédito, que não refletem uma possível recessão.
As políticas tarifárias do governo Trump causaram temores de recessão, mas os mercados se recuperaram após anúncios positivos nas negociações. Após o rebaixamento da classificação de crédito dos EUA pela Moody's, o S&P 500 ignorou o impacto inicial.
As negociações com Japão, Coreia do Sul, Índia e União Europeia ainda estão em andamento. Dimon notou que, apesar da queda nas tarifas, elas continuam “bastante extremas” e que a recuperação da produção nos EUA levará tempo.
Dimon acrescentou que as estimativas de lucros corporativos devem cair, enfatizando que os riscos geopolíticos são “muito, muito, muito” altos, mas o banco se manterá sólido durante a turbulência.
A volatilidade de mercado pode impactar os negócios de banco de investimento, com expectativas de queda de até 15% nas tarifas, segundo Troy Rohrbaugh, co-CEO do setor. Muitos clientes estão sendo cautelosos devido à volatilidade, o que afetou fusões e aquisições.
Apesar disso, o J.P. Morgan espera um aumento na receita dos mercados entre dígitos médios e altos em comparação ao ano anterior. Dimon afirmou que a volatilidade deve continuar.
“Há muitas coisas por aí”, concluiu Dimon.