Quem é o general que admitiu plano para matar Lula, Alckmin e Moraes
General da reserva Mário Fernandes admite ser autor de plano para assassinatos políticos. A declaração foi feita durante depoimento ao STF e revela ligações com tentativas de golpe no governo Bolsonaro.
General Mário Fernandes admite autoria do “Plano Punhal Verde e Amarelo”, que previa assassinato de Lula, Alckmin e Moraes. O plano, impresso no Palácio do Planalto, é parte da denúncia da PGR sobre tentativa de golpe.
No depoimento ao STF, Fernandes afirmou ser o autor do plano, mas classificou o documento como um “estudo de situação” pessoal. Ele declarou: “Esse arquivo digital retrata um pensamento meu. Não foi compartilhado com ninguém”.
A PF encontrou três impressões do plano feitas por Fernandes em dezembro de 2022. Após isso, ele esteve no Palácio da Alvorada com Bolsonaro e o tenente-coronel Mauro Cid.
Mário Fernandes, ex-general de brigada, iniciou sua carreira na Academia Militar das Agulhas Negras. Entre 2018 e 2020, foi chefe do Comando de Operações Especiais e, ao ir para a reserva, assumiu cargos de destaque no governo Bolsonaro.
Segundo a PF, Fernandes tinha comunicação direta com Bolsonaro e o general Luiz Eduardo Ramos, solicitando que Ramos “blindasse” o presidente em contextos de crise. Ele estaria preocupado com o descontrole dos manifestantes e a perda de força dos atos golpistas.
A denúcia de Mauro Cid menciona Fernandes como um dos generais mais radicais no núcleo de articulação do golpe para impedir a posse de Lula. O plano incluía uso de armas de guerra e formação de um gabinete de crise.
Embora Fernandes negue intenção de executar o plano, a PGR vê sua atuação como crucial na articulação. Ele foi preso em novembro de 2024 por envolvimento em atos antidemocráticos.