Quem é o ex-comandante da Aeronáutica ouvido pelo STF sobre tentativa de golpe
Tenente brigadeiro Carlos Almeida Baptista Júnior depõe como testemunha de acusação em processo contra Bolsonaro. Ele confirmou ter sido apresentado a um esboço de decreto para a imposição de um estado de exceção no Brasil.
STF ouve testemunha sobre suspeita de golpe de Estado
Nesta quarta-feira, 21, o Supremo Tribunal Federal (STF) ouviu Carlos Almeida Baptista Júnior, ex-comandante da Aeronáutica no governo Jair Bolsonaro (PL).
Baptista Júnior é uma das testemunhas de acusação no processo em que Bolsonaro é acusado de tentativa de golpe de Estado. Até agora, 31 réus foram nomeados, incluindo o ex-presidente.
O tenente brigadeiro, que chefiou a Força Aérea de abril de 2021 a dezembro de 2023, confirmou à Polícia Federal (PF) que Bolsonaro apresentou um decreto para um estado de exceção no País.
Com 64 anos, Baptista Júnior é filho de um ex-comandante da Aeronáutica. Ingressou na Força Aérea Brasileira (FAB) em 1975, acumulando quatro mil horas de voo.
Ele assumiu o comando da Aeronáutica em abril de 2021, em meio a uma crise institucional. Após a demissão do ministro da Defesa, houve uma debandada dos três comandos militares, um fato inédito desde a redemocratização.
Baptista Júnior também alertou Bolsonaro sobre a inexistência de fraudes nas eleições de 2022 e foi apresentado a um esboço conhecido como “minuta do golpe”. Esta minuta possuía fundamentos jurídicos para a ruptura institucional.
O documento foi apresentado por Bolsonaro e pelo então ministro da Defesa. Baptista Júnior ouviu um alertado de Freire Gomes, que disse que se tais instrumentos fossem utilizados contra a ordem democrática, deveria prendê-lo.
No dia 19, Freire Gomes negou ter ameaçado Bolsonaro de prisão.
O STF finalizou o julgamento sobre as denúncias da Procuradoria-Geral da República (PGR), com 31 pessoas se tornando réus de um total de 34 denunciados.
Atualmente, o processo está na fase de arrolamento de testemunhas, com 81 pessoas a serem ouvidas, incluindo governadores, senadores, deputados, militares e ex-integrantes do governo Bolsonaro.