Quem é Freire Gomes, general que confirmou ‘minuta do golpe’ em depoimento
General Marco Antônio Freire Gomes depõe no STF e confirma entrega da "minuta do golpe" por Bolsonaro às Forças Armadas. Durante o depoimento, ele recuou sobre concordância de Almir Garnier com o plano, gerando tensão com o relator Alexandre de Moraes.
Depoimento do General Marco Antônio Freire Gomes ocorreu no Supremo Tribunal Federal (STF) em 19 de outubro.
Freire Gomes, ex-comandante do Exército, é testemunha de acusação no caso de Jair Bolsonaro por tentativa de golpe de Estado.
Durante as investigações, seu depoimento à Polícia Federal confirmou que a "minuta do golpe" foi apresentada por Bolsonaro aos comandantes das Forças Armadas.
O relator do caso, ministro Alexandre de Moraes, conduziu as audiências. No depoimento, Freire Gomes retrocedeu e disse que o ex-comandante da Marinha, Almir Garnier, não estava em conluio com o plano.
Moraes questionou: “O senhor disse na polícia que Garnier se colocou à disposição do presidente. Ou o senhor falseou na polícia ou está falseando aqui.”
Freire Gomes, de 67 anos, nasceu em Pirassununga, SP, e se formou na Academia Militar das Agulhas Negras. Ele ocupou importantes funções militares, incluindo o comando do Exército em março de 2022.
No depoimento à PF, Freire Gomes relatou uma reunião no Palácio do Alvorada em 7 de dezembro de 2022, onde um decreto golpista foi discutido. O documento indicava a possibilidade de um estado de exceção por meio de dispositivos legais.
Em 14 de dezembro, houve outro encontro no Ministério da Defesa, onde Freire Gomes e Baptista Júnior resistiram à ruptura institucional, enquanto Garnier ofereceu suas tropas para o intento.
Após se oporem ao plano, Freire Gomes e Baptista Júnior foram alvo de ataques coordenados por Walter Braga Netto. Uma mensagem interceptada pela PF indicava ordens para atacar Freire Gomes nas redes sociais.
A partir de 20 de outubro, o STF começará a julgar se receberá denúncias da Procuradoria-Geral da República contra mais 12 pessoas, elevando o número de réus para 21, incluindo Bolsonaro.