Quanto tempo pode durar a fraqueza do dólar? Os fatores que pesam sobre o câmbio
Dólar dos EUA atinge menor nível em quase dois anos, refletindo fraquezas econômicas e fiscais. Expectativas de um futuro desafiador são alimentadas por rebaixamento da Moody's e guerra comercial global.
Índice do Dólar (DXY) caiu 5,08% até 21 de maio, refletindo fraqueza em relação a moedas globais, influenciado por rebaixamento da nota de crédito dos EUA e a guerra comercial.
Com a queda, o DXY ficou abaixo de 100 pontos, similar aos níveis de junho de 2023 e março de 2022, devido a preocupações fiscais e o downgrade da Moody's de AAA para Aa1.
Segundo o analista Gregorio Gandini, fatores como o rebaixamento renovaram temores sobre a sustentabilidade fiscal do governo dos EUA.
O diálogo comercial com China, Reino Unido e Índia contribuiu para uma maior confiança dos investidores, que estão procurando ativos mais arriscados.
A relação dívida/PIB nos EUA está quase em 120% e as despesas com juros aumentaram, levando a um ajuste tarifário para financiar o déficit.
A liderança do Itaú, Valeria Alvarez, afirmou que os títulos de 10 e 30 anos foram desvalorizados, não por mudanças nas taxas do Fed, mas pela fragilidade fiscal.
A pressão sobre os títulos de longo prazo persiste, podendo mudar a tendência de alta do DXY em vigor desde 2008.
Se o dólar romper 99,2 ou 98 pontos, preocupações fiscais podem se intensificar.
A Moody's projeta que, sem correções, o déficit poderá atingir 9% do PIB até 2035.
Para o curto prazo, Gandini acredita que um dólar mais baixo deve continuar, a menos que as perspectivas mudem.
O Citigroup prevê uma queda do dólar após a reunião do G7, enquanto o Morgan Stanley admite que o dólar pode enfraquecer ainda mais.
Na Colômbia, pagamentos de impostos e dividendos da Ecopetrol causaram baixa no dólar, que ficou abaixo de 4.200 pesos.
As tensões entre EUA e China aumentaram tarifas para 145% e 125%, respectivamente, mas ambas as partes firmaram um acordo temporário de 90 dias para reduzí-las.