Quanto poder um papa realmente tem?

Mais de 1,4 bilhão de pessoas são católicas, segundo dados do Vaticano, representando 17% da população mundial.

O papa Francisco, que morreu em 21/04 aos 88 anos, atraiu multidões durante sua viagem à Ásia em 2024, com quase metade da população de Timor-Leste participando de uma missa.

Durante a visita a dois países africanos no ano anterior, mais de um milhão de pessoas assistiram a uma missa no aeroporto de Kinshasa.

O papa é líder da Igreja e do Estado da Cidade do Vaticano, considerado soberano segundo o direito internacional.

A Santa Sé tem relações diplomáticas com 184 países e status de Observador Permanente na ONU, participando das principais discussões internacionais.

Em 2015, Francisco criticou a indiferença em relação às mudanças climáticas, abordando líderes globais. Em 2024, a Santa Sé bloqueou discussão sobre direitos das mulheres na cúpula climática da ONU, evidenciando sua influência nas decisões internacionais.

O acordo de normalização entre EUA e Cuba em 2014 é outro exemplo de sua diplomacia bem-sucedida. Francisco desempenhou papel fundamental ao intermediar conversas entre Obama e Raúl Castro.

Segundo o professor Daved Hollenbach, a contribuição da Igreja para a democracia é sua maior conquista nas últimas décadas, destacando o impactante Concílio Vaticano II.

Entretanto, a Igreja nem sempre influencia líderes. Quando o vice-presidente dos EUA, JD Vance, usou argumentos teológicos para justificar políticas, Francisco revidou. O mesmo ocorreu com Jair Bolsonaro, que criticou o papa por defender a Amazônia.

• A influência da Igreja na Europa diminuiu, com críticas a suas posições conservadoras.
• No Brasil, católicos poderão deixar de ser a maioria em cinco anos, conforme crescimento do cristianismo evangélico.
• Escândalos de abusos sexuais também têm afetado a reputação da Igreja.

Ainda assim, o papa exerce uma influência única e significativa, moldando debates globais, seja em conflitos ou ao apoiar migrantes.