Qual o peso do reconhecimento do Estado palestino pela França?
França se torna a primeira nação do G7 a reconhecer oficialmente o Estado palestino, em meio ao agravamento da crise humanitária em Gaza. O anúncio de Macron pode influenciar outros países a adotarem uma posição semelhante, apesar das críticas de Israel e dos EUA.
França reconhecerá Estado palestino em setembro
O presidente Emmanuel Macron anunciou que a França reconhecerá oficialmente o Estado palestino em setembro.
Autoridades palestinas celebraram a decisão, mas o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, declarou que isso "recompensa o terror". O secretário de Estado americano, Marco Rubio, também criticou a medida como "imprudente".
Macron enfatizou que a "prioridade urgente" é acabar com a guerra e ajudar a população de Gaza, enquanto, paralelamente, negociadores israelenses e americanos abandonaram as conversações sobre cessar-fogo, acusando o Hamas de não agir de boa-fé. O Hamas contestou a declaração.
As condições em Gaza pioram rapidamente; a UNRWA alerta que uma em cada cinco crianças enfrenta desnutrição, e há um aumento de alertas sobre fome em massa.
Com o reconhecimento, a França torna-se o primeiro país do G7 a tomar essa decisão, que será formalizada na ONU em setembro. Macron descreveu a ação como parte de um "compromisso histórico" com a paz no Oriente Médio.
O Brasil também apoiou a decisão de Macron, reiterando a defesa de uma solução de dois Estados com o reconhecimento da Palestina.
Pressão sobre Reino Unido e Alemanha
Após o anúncio, os líderes do Reino Unido e Alemanha enfrentam crescente pressão para reconhecer a Palestina, mas descartaram essa possibilidade por enquanto. O líder britânico Keir Starmer defendeu um reconhecimento ligado a um plano abrangente de paz.
Um comunicado conjunto de Alemanha, França e Reino Unido pede a Israel que suspenda restrições a ajuda humanitária e ponha fim à guerra em Gaza.
Análise sobre a decisão francesa
Analistas apontam que a decisão de Macron é uma jogada ousada e arriscada, visando um impulso diplomático em meio à crise humanitária crescente em Gaza. A medida reflete um crescente descontentamento global com a situação no território palestino.