Qual foi o papel da URSS na 2ª Guerra Mundial, que Putin hoje usa politicamente?

A história da 2ª Guerra Mundial e a posição da União Soviética são temas centrais em debates contemporâneos, especialmente no contexto da Rússia e da Ucrânia.

Em 1995, a equipe do arquiteto britânico Norman Foster encontrou pichações no Reichstag, antigo Parlamento alemão, feitas por soldados soviéticos em 1945. Frases como "morte aos alemães" refletem o impacto da guerra, que resultou em 85 milhões de mortos mundialmente.

Foster desejou manter os escritos como um símbolo da autoconfissão da Alemanha. Porém, houve resistência de grupos políticos que pediam a remoção das pichações, considerando-as um ataque de ódio.

O papel da URSS na guerra é frequentemente interpretado de forma distinta na Rússia, onde se refere ao conflito como Grande Guerra Patriótica, iniciada apenas em 1941. Em 2025, quando se lembrará os 80 anos do fim da guerra, o Kremlin poderá anunciar um cessar-fogo na Ucrânia.

Historiadores concordam que a invasão soviética de Berlim foi determinante para o triunfo aliado, enquanto a era da Guerra Fria levou à divisão da Alemanha. Vladimir Putin, presidente russo, utiliza essa narrativa para justificar ações contemporâneas.

O Pacto Molotov-Ribbentrop, assinado em 1939, estabeleceu a não agressão entre a Alemanha e a URSS, dividindo a Polônia. A invasão alemã da URSS começou em 1941, marcando o início da Operação Barbarossa e resultando em uma virada significativa na guerra ao culminar em episódios como a batalha de Stalingrado.

O Exército Vermelho enfrentou duras perdas, mas se ergueu para reconquistar territórios e, em 1945, capturou Berlim, estabelecendo um novo equilíbrio de poder na Europa. A captura do Reichstag e a exibição da bandeira soviética se tornaram símbolos da vitória.

A questão das pichações no Reichstag é um reflexo não apenas do passado, mas também da influência política atual e dos conflitos na Ucrânia, que remetem à complexa relação histórica da URSS com a Europa.