Qual a diferença entre anistia concedida a Dilma e a pedida por Bolsonaro? Entenda
Críticas à anistia de Dilma Rousseff surgem em meio ao debate sobre o perdão solicitado por Jair Bolsonaro. Especialistas destacam a distinção entre a luta democrática e atos considerados antidemocráticos.
Anistia a Dilma Rousseff gera indignação entre opositores
A ex-presidente Dilma Rousseff (PT) foi anistiada pela Comissão de Anistia do Ministério dos Direitos Humanos nesta quinta-feira, 22.
Oposição expressa indignação nas redes sociais sobre a comparação entre a anistia de Dilma e o pedido de perdão político feito pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para os envolvidos na depredação de 8 de Janeiro.
Rodrigo Lentz, conselheiro do colegiado, afirmou que “a anistia de 1988 é um instrumento de reconstrução democrática” e não deve ser confundida com impunidade.
A Lei da Anistia, sancionada em 1979, perdoou crimes políticos entre 1961 e 1979, garantindo liberdade a quem foi punido durante a ditadura militar. Contudo, isso também impediu a punição de violadores de direitos humanos.
O especialista Arthur Rollo destacou que a anistia de Dilma, obtida após 20 anos, ocorreu em um contexto diferente e inapropriado, frente ao pedido de anistia de Bolsonaro no Congresso.
Dilma recebeu um pedido de desculpas formal do Estado e uma indenização de R$ 100 mil por sua perseguição política e tortura durante a ditadura.
Bolsonaro busca o perdão dos responsáveis pela invasão dos Três Poderes em janeiro de 2023, onde seus seguidores tentaram desrespeitar o resultado eleitoral.
Segundo a Polícia Federal (PF) e a Procuradoria Geral da República (PGR), os atos de janeiro foram uma tentativa de golpe de Estado e, atualmente, 31 réus respondem a ação penal no Supremo Tribunal Federal (STF).