PSDB nunca mais se diferenciou, diz cientista político
Cientistas políticos apontam a fusão com o Podemos como a saída mais viável para o PSDB, que enfrenta uma derrocada histórica. A sigla, que foi um dos pilares da política nacional, busca evitar a cláusula de barreira e garantir sua sobrevivência nas próximas eleições.
Henrique Curi, cientista político da FespSP, analisa a derrocada do PSDB na última década através da analogia de um tucano-tuco a araçari miudinho. A legenda, que polarizou a política com o PT entre 1994 e 2014, busca fusões com outras partes devido a um potencial desaparecimento.
Se o PSDB não melhorar seu desempenho eleitoral em 2026, pode cair na cláusula de barreira, perdendo acesso ao fundo partidário e à propaganda gratuita.
A fusão mais adiantada ocorre com o Podemos. Curi destaca que a derrocada começou nas eleições de 2014, quando o PSDB lançou um candidato fora de São Paulo, Aécio Neves. Apesar da boa performance, a derrota levou à contestação da lisura das eleições e a uma guinada à direita em 2016.
O partido, que sempre se identificou como antipetista, perdeu sua identidade e agora é indistinguível de outras siglas como o PSD. A vitória de 804 prefeitos não foi suficiente para reverter a queda.
A perda do governo de SP em 2022 acentuou a crise, e a saída de figuras históricas como Geraldo Alckmin também contribuiu para a desconfiguração do PSDB. Curi argumenta que a estrutura descentralizada, mas decisão centralizada, prejudicou a coesão do partido.
Os fundadores do PSDB tiveram um papel crucial na democracia brasileira, mas sua evolução histórica sugere que uma fusão com o MDB poderia ser uma alternativa honrosa. Com 13 deputados atualmente, o PSDB está em risco, e a reunião da executiva está marcada para 29 de abril de 2025 para decidir o futuro da sigla.