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Protesto em São Paulo repudia decreto que limita obtenção de cidadania italiana

Cerca de 150 descendentes de italianos se reuniram em São Paulo para protestar contra a nova lei que limita a cidadania italiana à segunda geração. A medida, criticada por especialistas, pode impactar até 40 milhões de brasileiros que possuem raízes italianas.

Descendentes de italianos protestam em São Paulo contra decreto-lei que restringe o direito à cidadania italiana por descendência.

O ato aconteceu neste sábado (26) na praça Cidade de Milão, com cerca de 150 pessoas, segundo organizadores.

A medida, aprovada pelo Conselho de Ministros da Itália, limita a cidadania a apenas filhos e netos de italianos e está em vigor desde março, necessitando de aprovação do Parlamento até maio.

Especialistas e a comunidade ítalo-brasileira criticam a proposta, consideram-na uma ameaça à identidade cultural e aos laços entre Brasil e Itália.

O jurista e ex-desembargador Wálter Fanganiello Maierovitch afirma que o decreto quebra uma tradição de cidadania que remonta a 1846.

Ele considera o jus sanguinis um elo importante entre a Itália e seus emigrantes. A justificativa do governo italiano de combater uma "indústria de passaportes" é vista como insuficiente.

Maierovitch estima que 40 milhões de brasileiros descendentes de italianos podem ser afetados, comprometendo a continuidade da cultura italiana no exterior e os lucros com o "made in Italy".

Ele pede alternativas que não incluam o corte geracional, propondo que a cidadania deva exigir conhecimento da língua, história e cultura italianas.

O protesto em São Paulo integra uma mobilização internacional contra o decreto, que é considerado populista e demagógico. O lema do ato, "Não seremos estrangeiros na terra de nossos antepassados", reforça o apelo dos organizadores.

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