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Projetos de R$ 128 bi em hidrogênio verde e data center esbarram em limites de linhas de transmissão

A incerteza sobre investimentos de R$ 128 bilhões em hidrogênio verde e data centers no Ceará surge após o ONS negar o acesso à rede elétrica, justificando a necessidade de expansão para garantir a estabilidade. O caso destaca o descompasso entre a demanda de novos projetos e a capacidade da infraestrutura elétrica existente.

Investimentos de até R$ 128 bilhões enfrentam incertezas na rede elétrica brasileira, afetando projetos de data center e usinas de hidrogênio verde no Porto do Pecém, Ceará.

Os empreendimentos, da Casa dos Ventos e da Fortescue, tiveram parecer de acesso à rede negado pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) devido à instabilidade da rede. A Casa dos Ventos planeja uma usina de hidrogênio verde de US$ 8,4 bilhões e um data center de R$ 50 bilhões, enquanto a Fortescue projeta uma usina de hidrogênio de US$ 5 bilhões.

De acordo com o professor Nivalde de Castro, as redes de transmissão são limitadas, o que torna a instalação de novos projetos complexa. A Fortescue e a Casa dos Ventos solicitaram acesso para 3 GW, representando 1,4% da capacidade total do Brasil, mas o acesso foi negado.

O gerente da Fortescue, Luis Viga, destaca a urgência da liberação, pois o Brasil pode perder a vantagem em hidrogênio verde. O diretor da Casa dos Ventos, Lucas Araripe, ressalta que havia expectativa de disponibilidade de 2 GW na região.

A presidente da Associação Brasileira do Hidrogênio Verde, Fernanda Delgado, critica a postura conservadora do ONS após o apagão de 2023. O ONS, por sua vez, defende sua atuação dentro dos padrões de segurança.

O Ministério de Minas e Energia solicitou novos cálculos para viabilizar até 4 GW para projetos de alta demanda. Entretanto, a ampliação da rede pode levar até 2032, o que gera preocupações sobre prazos e acessos aos incentivos fiscais.

Embora a situação exija planejamento, Castro lembra que a demanda por essas cargas é recente. O ONS confirma que a integração de grandes consumidores é desafiadora e está trabalhando com o MME e a EPE para encontrar soluções.

A EPE prevê concluir estudos sobre a inserção de hidrogênio até dezembro, contando com colaborações do setor. O Ministério de Minas e Energia e a Aneel não se manifestaram.

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