Projeto de barragem chinesa avaliado em US$ 167 bi preocupa meio ambiente e acende tensão com Índia
China inicia construção da maior barragem hidrelétrica do mundo, avaliada em US$ 167 bilhões. O projeto, localizado no Tibete, gera controvérsias por seu impacto ambiental e por ameaçar relações com a Índia, que depende das águas do rio Yarlung Tsangpo.
A China iniciou a construção da maior barragem hidrelétrica do mundo, superando a Barragem das Três Gargantas.
O projeto está localizado no Tibete e deverá custar cerca de 1,2 trilhão de yuans (US$ 167 bilhões), com conclusão prevista para em torno de uma década.
O premiê chinês, Li Qiang, deu início à construção em 19 de julho. A nova empresa China Yajiang Group foi criada para supervisionar o projeto, que será financiado por meio de recursos estatais.
A barragem pretende gerar até 70 gigawatts de eletricidade, três vezes a capacidade da Barragem das Três Gargantas. O projeto é considerado vital para que a China consiga zerar suas emissões até 2060.
Controvérsias surgem em relação ao impacto ambiental na região, especialmente no desfiladeiro Yarlung Tsangpo, abrigo de uma rica biodiversidade.
Um relatório indicou que a construção pode deslocar comunidades locais e prejudicar seus meios de subsistência. O governo chinês se comprometeu a garantir a segurança ambiental.
Conflito com a Índia é um ponto crucial, pois o Yarlung Tsangpo passa pela região de Arunachal Pradesh, reivindicada pela China.
Autoridades indianas ressaltam a importância das águas do rio para milhões de pessoas. Um membro do partido governante indiano chamou o projeto de "barragem monstruosa", temendo consequências desastrosas para o nordeste da Índia e Bangladesh.
Após um período de tensões, as relações entre Índia e China estão se normalizando, mas a construção da barragem reacende preocupações sobre o controle da água e a influência política que a China poderia exercer.