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Programas sociais elevam renda dos mais pobres, mas não rivalizam com emprego. Veja os números

Debate sobre o impacto dos programas de transferência de renda no mercado de trabalho cresce com o desemprego em níveis históricos. Especialistas ressaltam a importância de políticas sociais mais abrangentes para garantir empregos de qualidade e o fortalecimento da educação e saúde.

Discussão sobre Transferência de Renda e Trabalho Formal

Com taxas de desemprego mínimas no Brasil, debate sobre se programas de transferência de renda desestimulam busca por vagas formais aumenta. Especialistas afirmam que as estatísticas não comprovam essa visão, e sugerem investimento em educação, saúde e geração de empregos de qualidade.

Dados do MDS revelam que, em 2024, 98,87% das novas vagas formais foram ocupadas por aqueles inscritos no Cadastro Único, e 75,5% por beneficiários do Bolsa Família. Cerca de 1 milhão de famílias deixaram o Bolsa, após aumento de renda.

No ano passado, houve 4,4 milhões de contratações e 3,13 milhões de desligamentos de beneficiários. O saldo foi de 1,27 milhão de empregos criados. Pedro Ferreira de Souza, do Ipea, argumenta que o Bolsa não “acomoda” trabalhadores.

Rafael Osório, do MDS, destaca que as condições de trabalho são importantes na decisão da busca por vagas. Em um mercado aquecido, a qualidade das oportunidades disponíveis afeta a escolha dos trabalhadores.

Andréia Alves, beneficiária de auxílio, afirma que os programas foram essenciais para sua sobrevivência. Ela utiliza recursos para empreender e se manter durante um tratamento de câncer.

Os especialistas observam a necessidade de programas locais complementares e um mapeamento do custo de vida para garantir sustentabilidade fiscal. Laura Machado, do Insper, sugere coordenação entre os níveis de governo e enfatiza que a qualidade dos serviços deve ser igualada ao apoio financeiro.

Por fim, a importância é investir em políticas sociais duradouras, que integrem educação e saúde, garantindo um sistema eficiente. A falta de monitoramento e análise prejudica a eficácia dessas políticas.

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