Produtores de soja dos EUA temem ser substituídos por brasileiros e argentinos compras pela China

A soja, leguminosa de um centímetro, é consumida como edamame e processada em tofu e leite de soja. Mas seu valor vai além: é uma das commodities mais lucrativas do mundo, rica em gordura e proteína, sendo a principal alimentação do gado global.

Atualmente, a soja está no centro da guerra comercial entre Estados Unidos e China. Os EUA exportaram mais de 27 milhões de toneladas de soja para a China no último ano, totalizando US$ 12,8 bilhões. Contudo, tarifas elevadas provavelmente prejudicarão essas vendas.

Com o aumento de 135% nos preços devido a tarifas chinesas em resposta ao imposto de Trump, os produtores americanos estão preocupados. Heather Feuerstein, agricultora de Michigan, afirma que as tarifas representam uma ameaça ao seu modo de vida.

Por outro lado, Brasil e Argentina, que produzem 52% da soja mundial, se beneficiam. Neusa Lopes, da Girassol Agrícola, destaca que a demanda pela soja sul-americana aumentou, resultando em um aumento de preço.

Os agricultores sul-americanos esperam ganhar mais pelas safras restantes, enquanto os agricultores americanos estão em situação incerta. Feuerstein menciona que as mudanças rápidas exigem adaptação, mas muitos já estão comprometidos com suas plantações.

Os EUA buscam alternativas, como novos mercados em países como Índia, Egito e México. Historicamente, os agricultores americanos foram prejudicados pela guerra comercial anterior, e a China investiu em infraestrutura no Brasil, solidificando laços comerciais.

O governo Trump considera um novo programa de resgate agrícola, mas não é garantido que compense todas as perdas. Feuerstein enfatiza a necessidade de mais apoio, afirmando que isso não resolve o problema de mercado.