Produção industrial fecha 1º semestre com números abaixo do esperado pelo mercado; veja por setor
Produção industrial brasileira apresenta leve crescimento de 0,1% em junho, mas recua 1,3% em relação ao mesmo período do ano anterior. Dados indicam perda de fôlego e desafios impostos pela política monetária e demanda doméstica.
Produção industrial cresceu 0,1% em junho de 2025 em relação a maio, segundo o IBGE. Comparado a junho de 2024, houve um recuo de 1,3%.
Este resultado foi o melhor desde junho de 2024, com alta em 17 das 25 atividades industriais. Contudo, ficou abaixo da estimativa média de 0,3%.
No acumulado do ano, a indústria subiu 1,2%, e em 12 meses, 2,4%. A variação no segundo trimestre mostrou sinais de estabilidade e os efeitos da alta de juros.
O setor automotivo teve o maior impacto com alta de 2,4%, após recuar 4,0% em maio.
- Metalurgia: 1,4%
- Celulose e papel: 1,6%
- Produtos de borracha e plástico: 1,4%
A queda mais significativa veio de:
- Indústrias extrativas e produtos alimentícios: -1,9%
- Coque e derivados de petróleo: -2,3%
A produção atual está 2% acima dos níveis pré-pandemia, mas 15,1% abaixo do pico de maio de 2011. Economistas apontam uma instabilidade crescente no setor, acentuada por uma demanda fraca e aperto monetário.
Em junho, bens de capital e consumo duráveis apresentaram crescimento. Em contrapartida, os bens semi e não duráveis tiveram uma queda de 1,2%.
A XP Investimentos ajustou a previsão de alta do PIB do segundo trimestre de 0,4% para 0,3%.
O IBGE revisou os números de produção em meses anteriores, mostrando uma tendência de queda contínua em maio e abril.