Processo contra Bolsonaro no STF entra na fase 2: em busca de provas para encarcerar o ex-presidente
Fase inicial da ação contra Jair Bolsonaro chega ao fim com depoimentos de testemunhas. Próxima etapa do processo focará na produção de provas e análises das evidências digitais coletadas.
A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal encerra, na próxima segunda-feira, 2, a primeira fase da ação judicial contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e outros acusados de tentativa de golpe.
Nessa etapa, foram ouvidas testemunhas de acusação e defesa. O resumo dos interrogatórios mantém o enredo traçado pelo Ministério Público Federal, que planeja colocar Bolsonaro na prisão.
Ainda ocorrerão dois dias de depoimentos: nesta sexta-feira, 30, e na segunda. Na última fase, a defesa leva ao STF a cúpula do bolsonarismo, incluindo o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, para defender o ex-presidente.
O depoimento de Tarcísio, candidato a ocupar a vaga de Bolsonaro, e de outros ministros tentará demonstrar que nada sabiam sobre o plano golpista.
Depoimentos de pessoas que não conhecem detalhes do plano, no entanto, podem não contribuir para a defesa de Bolsonaro.
Agora, inicia-se a fase 2 do processo penal, onde a acusação pode produzir provas e pedir perícias, assim como a defesa.
A análise dos dados digitais coletados pode revelar evidências que incriminem os réus, embora também existam informações que possam dar novo contexto às mensagens sobre o golpe.
A possibilidade de que isso desconstitua a ação de Bolsonaro é considerada dificilmente crível. O Ministério Público precisará de provas concretas para possibilitar o encarceramento do ex-presidente.
Apesar dos indícios que apontam para uma condenação, a Primeira Turma pode reduzir o número de réus; já dois acusados se livraram do processo por falta de provas.
Ministros ressaltaram que é preciso mais do que indícios para condenar. Assim, coadjuvantes podem se livrar das acusações, enquanto Bolsonaro já tem ciência do que lhe aguarda.