‘Problema não é só orçamento ser baixo, mas ser imprevisível’, diz chefe do Estado-Maior do Exército
General do Exército destaca a urgência de investimentos e previsibilidade orçamentária para modernização e defesa. Ele enfatiza que, sem um orçamento estável, o Brasil corre o risco de comprometer sua capacidade militar.
General Richard Nunes, chefe do Estado-Maior do Exército, afirmou ao Estadão que a Força necessita de previsibilidade orçamentária para seus projetos de defesa. Segundo ele, a situação atual é preocupante, especialmente em meio à guerra comercial e à instabilidade política global.
Nunes destacou que a Europa enfrenta dificuldades por ter confiado excessivamente em alianças internacionais para segurança, sem investir adequadamente em suas próprias defesas.
Ele mencionou a importância da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 55, que destina 2% do PIB para a Defesa, como crucial para garantir recursos e planejamento a longo prazo.
O general também apontou a necessidade de renovar a força blindada e desenvolver uma família de drones para melhorar a vigilância, particularmente na Amazônia. O Exército já começou a incorporar drones em suas operações, mas precisa de mais capacitação e investimentos.
No âmbito do equipamento militar, Nunes comentou sobre a recente compra de 25 helicópteros Black Hawk e a complexidade do processo de aquisição, que demanda tempo e recursos. “Comprar equipamentos militares não é como escolher biscoitos no supermercado”, enfatizou.
Além disso, ele ressaltou que a previsibilidade orçamentária é crucial para os planos de desenvolvimento tecnológico, afirmando que sem uma visão clara dos recursos futuros, projetos essenciais podem ser comprometidos.