Prisma: Mercado reduz projeção para dívida, mas piora resultado primário em 25 e 26
Economistas ajustam previsões fiscais, melhorando expectativas para dívida pública, mas alertando sobre aumento das despesas e piora no resultado primário. O governo enfrenta desafios para cumprir metas fiscais em meio a preocupações do mercado e mudanças na política tributária.
Previsões fiscais melhoradas e preocupações no mercado
Economistas consultados pelo Ministério da Fazenda apresentaram melhoras nas projeções para a dívida pública bruta em 2025 e 2026, mas pioraram as estimativas para o resultado primário. O relatório Prisma Fiscal de junho revelou:
- A dívida bruta do governo geral deve atingir 80,10% do PIB em 2025 (antes 80,30%) e 84,17% em 2026 (antes 84,49%).
- Para o resultado primário, a expectativa agora é de saldo negativo de R$74,725 bilhões em 2025 (antes R$72,687 bilhões) e R$81,488 bilhões em 2026 (antes R$80,690 bilhões).
Essas estimativas ainda estão distantes das metas do governo de déficit zero em 2025 e superávit de 0,25% do PIB em 2026.
A elevação nas previsões de despesas totais do governo central foi um fator chave, com despesas agora estimadas em R$2,393 trilhões para este ano e R$2,567 trilhões para o próximo.
As receitas líquidas também foram ajustadas para cima, com R$2,317 trilhões em 2025 e R$2,471 trilhões em 2026.
Mercado teme a capacidade do governo de equilibrar as contas públicas, em meio a dúvidas sobre o arcabouço fiscal e aumentos de juros que elevam o custo da dívida.
Para cumprir regras fiscais, o governo anunciou, em maio, uma contenção de R$31,3 bilhões em gastos. Também houve uma proposta de elevação do IOF, que gerou reações negativas no mercado e impasses no Congresso.
Um novo decreto sobre o IOF foi publicado, mas enfrenta resistência, e o presidente da Câmara, Hugo Motta, indicou que os parlamentares desejam sustar essa mudança.