Previsão de chuva aciona gatilho do medo no RS
Um ano após as enchentes devastadoras, moradores do Rio Grande do Sul convivem com o medo de novos temporais e a falta de melhorias na infraestrutura local. Climatologistas alertam para a intensificação de eventos climáticos extremos, enquanto a população busca resiliência diante da tragédia.
Aniversário das enchentes: Um ano após as enchentes históricas no Rio Grande do Sul, habitantes ainda sentem os efeitos e têm memória vívida do ocorrido.
Previsões de chuva geram apreensão em locais como bairros Humaitá e Vila Farrapos, em Porto Alegre, onde a cheia durou mais de 20 dias.
Moradores expressam preocupação, como Solange Matos, que perdeu seu mercado, e José Luiz Vaz, que decidiu alugar sua casa após as enchentes.
Experiência coletiva: Muitos falam em traumas e ansiedade relacionadas ao clima, afetados por eventos meteorológicos extremos, como destaca o climatologista Francisco Eliseu Aquino.
A posição geográfica do estado e os fenômenos de El Niño e La Niña contribuem para a frequência de desastres.
Infraestrutura deficiente: Moradores cobram melhorias no saneamento e infraestrutura local, expressando medo a cada nova previsão de chuva.
Em abril, o Ministério Público ajuizou uma ação contra a prefeitura de Porto Alegre, apontando falhas no sistema de defesa da cidade.
A prefeitura afirma ter investido mais de R$ 240 milhões em recuperação e melhorias, mas não especifica valores por fator.
Falhas no sistema de proteção: O professor Fernando Fan, da UFRGS, critica o sistema de defesa, projetado para suportar até 6 metros de subida do Guaíba mas que falhou.
Ilhas em Porto Alegre: A área do bairro Arquipélago apresenta uma mistura de casas vazias e em reforma, enquanto um estudo da universidade holandesa TU Delft deve ser realizado para abordar alagamentos na região.
Nei Mário Sousa Oliveira, comerciante, mantém-se resiliente, afirmando que os moradores da ilha têm um forte apego ao local, apesar dos traumas.